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Final de folia e eu acabei de receber esta matéria veiculada no Jornal Extra pela repórter Letícia Sicsu. Déborah Prates, nossa querida amiga e advogada aqui no Rio de Janeiro, que me enviou a matéria, descreve sua experiência… Vamos escrever a matéria na íntegra para que todos possam ter acesso ao conteúdo abordado de forma muito correta pela repórter.
O Carnaval da Inclusão
Criado por surdos, o Bloco Gargalhada desfila mensagem contra o preconceito
“Eu me sinto renascendo para o carnaval.” A declaração foi dada pela advogada Deborah Prates, de 43 anos, e deficiente visual há cinco. Com a ajuda de Jimmy, seu cão guia, pela primeira vez desde que ficou cega, ela desfilou, ontem, no Bloco Gargalhada, em Vila Isabel.
A alegria e a irreverência foram a tônica do desfile do grupo, que há sete anos arrasta foliões pelo Boulervard 28 de Setembro. Com o objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência, o Gargalhada surgiu a partir de um grupo de surdos.
– Não somos um bloco para deficientes. A nossa alegria é para todos. Aqui, apenas oferecemos a eles condições par desfilar – explicou Yolanda Branconnot, uma das fundadoras do Bloco.
O deficiente visual e autor da marchinha que embalou a multidão durante o desfile, Waldir Domingues Lopes, de 62 anos, contou estar sentindo a vibração e a alegria: – Não posso ver mas, sinto que as pessoas estão felizes. Queremos mostrar que os deficientes têm que sair de casa para se divertir. As famílias não podem esconder seus deficientes.
Bateria especial
Tocando chocalho, Maritza Simões, de 39 anos, deficiente auditiva, saiu esse ano pela segunda vez na bateria do bloco. Ela contou que aprendeu a tocar com um grupo de amigos e que, agora, sente-se capaz de aprender tudo. – Nós sentimos a vibração, que é o que nos permite tocar. O desfile foi ótimo. É bom saber que as pessoas são iguais. Só precisamos de apoio e incentivo – afirmou Maritza.
Durante o desfile, o bloco arrastou quem passava pela rua, cumprindo sua missão.
– Conviver com as diferenças é um privilégio – disse Yolanda, uma das organizadoras do evento.
Por Letícia Sicsu (leticia.sicsu@extra.inf.br) para Jornal Extra.
Eu poderia escrever muito sobre inclusão baseada na atitude dos organizadores do Bloco Gargalhada… Mas, quero que o relato das Pessoas com Deficiência (PcD) que viveram a inclusão nesta experiência fale, provando que o único limitador é o preconceito. Quero destacar as palavras de Déborah, Waldir e Maritza que deixam claro que a sociedade não pode e nem deve esconder diferenças e diversidade. Simples assim. Na prática. Inclusão é direito, é legal e faz bem a todos. Pessoas cegas podem sim desfilar, compor… Pessoas com surdez, podem sim tocar, desfilar. E nós, podemos e devemos andar todos juntos para que as gerações atuais e futuras tratem a diversidade como algo natural e não como um fator de limitação. Gostei muito da abordagem da repórter que em momento algum questionou o “poder de executar” de nenhum dos participantes do bloco. Matéria séria. Abordagem séria, informativa e inclusiva de fato.
Obrigada Déborah Prates (deborahprates@yahoo.com.br) por compartilhar essa experiência comigo, o que eu divido com os leitores do Blog.
Por Lu Jordão
Imagem: Matéria do Jornal Extra de 07-03-2011